FALTA MÉDICOS ESTRANGEIROS EM ALGUMAS CIDADES DE NOSSA REGIÃO



Gabriela Sales - Hoje em Dia
Dos dez municípios que deveriam ser contemplados na primeira fase do Mais Médicos no Norte de Minas, três ficaram a ver navios. Entre as justificativas para o não preenchimento das vagas estão a distância das localidades, o desinteresse dos profissionais e o salário.
Cônego Marinho, com 7.089 habitantes, não foi escolhida por nem um profissional. “Fizemos o pedido, mas não houve interessados”, diz o secretário municipal de Saúde, Reginaldo de Jesus da Mota.
Três equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) realizam o atendimento nas zonas urbana e rural. A média é de cem pacientes por dia. “As equipes ficam sobrecarregadas”, afirma o secretário.
Uma das vagas em Buritis chegou a ser requisitada por um médico, mas ele não se apresentou na data combinada. Segundo a prefeitura, sequer foi conhecer a cidade.
Outro problema é que a bolsa de R$ 10 mil está longe de agradar quem é selecionado para atuar em regiões longínquas.
Bonito de Minas, por exemplo, tem equipamentos novos e de ponta, oferece exames laboratoriais e medicamentos e conta com uma equipe multidisciplinar, formada por enfermeiros e até especialistas. Mesmo assim, o único médico que se inscreveu para atuar na cidade de 9.671 habitantes não apareceu.
“Ele pediu para que aumentássemos o valor da bolsa do governo federal, mas isso estava além da capacidade do município”, diz a secretária municipal de Saúde, Suellen Santos Ferreira.
Onde os médicos chegaram, há festa. Para Januária, com 65.464 habitantes, foram três, lotados na área urbana. Com as equipes do PSF completas, a média de atendimento é de 30 pacientes por dia, diz a secretária municipal adjunta de saúde, Janaína Viana Oliveira.

Distância é obstáculo a mais
Em Bonito de Minas, há quatro equipes de atenção à saúde básica, mas o novo profissional teria como público-alvo principalmente moradores da zona rural. Como a região é uma das maiores do Estado em extensão territorial, a prefeitura tem carros com tração e ambulâncias para assegurar a realização do atendimento. “Coisa rara de se ver em muitas cidades de Minas e do país”, diz o médico Rafael Antunes Coelho, que atua na zona rural.
Mesmo assim, afirma, o deslocamento entre as comunidades preocupa. “Precisamos de mais profissionais e de meios eficazes para que esses médicos consigam de fato prestar socorro onde é necessário”.“Se houvesse mais médicos, não seria tão complicado”, diz o aposentado Santo Pereira da Conceição, de 79 anos.



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