Animal estranho aparece no Parque do Peruaçu



Uma equipe do Instituto Estadual de Florestas (IEF) avistou uma espécie que não era encontrada em Minas Gerais há 167 anos: o cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus), também conhecido como janauira e considerado o menor cão silvestre do Brasil. Um grupo de seis animais – provavelmente uma família – foi surpreendido enquanto caçava, no Parque Estadual Veredas do Peruaçu, no Norte do estado. A notícia foi muito comemorada pelos ambientalistas, pois se acreditava que o animal estava “possivelmente extinto” no estado.
“Estavam próximos à cidade de Cônego Marinho, cheios de vida e caçando na borda dos chapadões”, relata o diretor de Biodiversidade do IEF, o biólogo Célio Murilo Carvalho Valle. O cachoro-do-mato-vinagre tem hábito diurno, prefere viver em regiões alagadas e seus dedos são ligados por uma membrana fina. Por isso, é considerado exímio nadador e mergulhador. Um adulto pesa cerca de sete quilos e pode medir 90 centímetros, do focinho à cauda, e tem 30cm de altura.
O janauira e o cachorro pintado da África são as duas espécies de cães que caçam em grupo. “Ambas vivem em bando e formam uma linha para caçar. O nosso é mais difícil de ser visto, pois é muito arisco. Além disso, é nômade. Se a caça acabar num local, o grupo parte para outro”, explica Valle. A espécie é encontrada na Mata Atlântica e em regiões úmidas do Cerrado. No país, há registro deles em São Paulo e Goiás.
Mas, em Minas, o primeiro e último janauira avistado, antes do grupo observado pela equipe de Valle, ocorreu em 1.840, quando o naturalista dinarmaquês Peter Lund (1801/1880) encontrou um exemplar em terras que hoje pertencem a Lagoa Santa, na Grande BH. Ele estudou o animal e o registrou como Speothos venaticu. Já o nome janauira se deve aos índios.
“É uma pena que o cachorro-do-mato-vinagre esteja em processo de extinção, por causa das queimadas, desflorestamento e outras ações humanas”, lamenta João Roberto Barbosa de Oliveira, gerente do Parque do Peruaçu, que também testemunhou a matilha. Ele e o biólogo não conseguiram fotografar os cães no parque, mas registraram suas pegadas. “Ficamos atônitos e, pelo inesperado de sua aparição, não foi possível fotografá-los. Mesmo assim, foram documentados os rastros na areia da estrada, como assinaturas da presença ou passagem”, acrescenta.
O diretor de Biodiversidade do IEF reforça a necessidade de se preservar as matas para evitar o desaparecimento de alguns animais. “A lista das espécies da fauna ameaçadas de extinção em Minas Gerais, publicada em 1995, inclui 178 espécies”, diz.
Preservação
O Peruaçu é uma rica área verde conhecida pela beleza de suas veredas e lagoas. Preserva áreas de cerrado, caatinga e florestas formadas por matas ciliares, que ajudam na conservação do rio que dá nome ao parque. Com a fauna e flora bem diversas, a reserva serve de moradia para animais como o lobo-guará, anta, onça-parda, tamanduá-bandeira e jacaré, além de pelo menos 250 espécies de pássaros. 15.05.07.(www.ongprojetocidam.org.br)
 Texto enviado por nossa colaboradora Valéria Aparecida Tavares Rinco.


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