Quadrilha presa por roubos na BR-365 era audaciosa e violenta, diz PC

Ônibus seguia para Brasília (DF). (Foto: Divulgação / Polícia Civil)Ônibus seguia para Brasília (DF) (Foto: Divulgação / Polícia Civil)
“Uma quadrilha extremamente audaciosa e que agia de forma provocativa”, assim a delegada, Fernanda Fiúza, descreve os envolvidos nos assaltos a ônibus ocorridos na BR-365, no Norte de Minas Gerais. O último crime praticado por eles ocorreu em Buritizeiro (MG), nesta terça-feira (8), e terminou com a morte de um sargento da Aeronáutica e dois passageiros baleados; um deles foi atingido no pé e estava indo para Brasília (DF), tomar posse no Ministério Público.“Eles sempre entravam no ônibus e perguntavam onde estava o policial, não sabemos se eles tinham conhecimento de que nos veículos havia policiais ou se queriam encobrir os atos deles. Eles assaltaram um ônibus de estudantes de Direito e chegaram a dividí-los de acordo com o cargo que gostariam de exercer, afirmando que se alguém queria ser policial iria morrer.  A cada ato eles estavam mais violentos e confiantes de que não seriam capturados”, fala a delegada.Fernanda Fiuza diz que a PC já estava investigando a quadrilha há dois meses, quando os assaltos a ônibus se tornaram mais frequentes; em média três crimes desse tipo eram registrado por semana.
Operação contou com a PC, PM e PRF. (Foto: Michelly Oda / G1)
Operação contou com a PC, PM e PRF
(Foto: Michelly Oda / G1)
Após o roubo desta terça, foi realizada uma operação que teve o apoio de mais de 70 policiais, além de um helicóptero e canil. Durante as buscas, dois baleados que procuraram por atendimento médico em um hospital de Três Marias (MG) foram detidos. Ambos foram alvejados pelo sargento da Aeronáutica. A PC trabalha com a hipótese de que um terceiro criminoso foi morto depois de ser atingido pelo militar, já que as testemunhas relatam que o corpo dele foi levado pelos comparsas. Outros dois assaltantes ainda estão sendo procurados.
De acordo com a delegada, cinco pessoas que moram em Luizlândia do Oeste, Distrito de João Pinheiro, foram levadas até o quartel da Polícia Militar suspeitas de ajudarem na fuga dos envolvidos. Três carros também foram apreendidos.
As informações apuradas são de que o líder do grupo, que a PC suspeita que tenha sido morto, entrou no ônibus armado e de colete à prova de balas. Ele anunciou o roubo e foi baleado pelo sargento da Aeronáutica, que tinha 57 anos e era natural de Januária (MG). Em seguida outro criminoso entrou e também foi ferido, um terceiro também subiu no veículo e foi atingido.
De acordo com a delegada, o militar chegou a brigar com assaltantes e, provavelmente, foi atingido quando recarregava a arma. Ele viajava com a esposa, que foi internada em um hospital em estado de choque. Os criminosos fugiram sem levar nenhum pertence das vítimas.O major João Washington, da PM de Pirapora (MG), explica que o modo de agir dos assaltantes era parecido. Para forçar o ônibus a parar, eles atiravam, entravam e rendiam o motorista e os passageiros. Em seguida, levavam o veículo até algum local ermo, onde roubavam os pertences dos ocupantes.“Os indivíduos estavam sempre fortemente armados, equipados com coletes à prova de balas e encapuzados. Os levantamentos dão conta de que essa quadrilha possui olheiros em postos de combustíveis e nas paradas dos coletivos, para ficarem analisando o tipo de passageiro e a possibilidade de ter o maior valor monetário em bens com os ocupantes”, destaca o militar.Um dos baleados que procurou atendimento médico em Três Marias já havia sido detido há poucos dias por receptação, em uma operação realizada na região de João Pinheiro. Segundo o major Gláuber Santos, com ele foram encontrados celulares roubados. Na mesma ação, a PM também prendeu um homem que portava duas armas, e cinco homens em um carro clonado, onde foram achados vários pertences de vítimas dos assaltos. Ele explica porque a quadrilha tinha ônibus como foco. “Geralmente, os passageiros levam objetos que podem ser roubados facilmente, como celulares, computadores, carteiras, bolsas, dinheiro e roupas. Ele roubavam imediatamente e  não eram mais vistos”.Além dos argumentos citados pelo major, a delegada Fernanda Fiúza diz que a região tem algumas características que facilitam a ação dos assaltantes.“Nós acreditamos que era uma única quadrilha, e que se aproveitava de um longo trecho sem sinal telefônico. No delito de hoje o motorista teve que retornar até um posto de combustível para conseguir se comunicar. Este trecho não tem um posto fixo da Polícia Rodoviária Federal. Por maior que seja o empenho dos policiais, eles têm uma distância muito grande pra percorrer, a instalação de um posto é uma demanda da população local. Além disso, eles se aproveitam que a estrada não tem pedágios, é sinuosa e tem plantações de eucalipto, para que possam se esconder”, diz.

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